25 de abr. de 2011
MTV USA E ''AFRONTA '' LEIS COM DISCRIMINAÇÃO A AUTISTAS
Enquanto instituições, ONGs, grupos e Movimentos de Pessoas com deficiência trabalham incansavelmente e constantemente para que um dia possamos nos deparar com a tão sonhada sociedade inclusiva, eis que surge um programa cruel, preconceituoso e discriminatório como o da MTV na tentativa de desconstruir um trabalho que vem acontecendo há décadas. Este tipo de programa certamente tem como único objetivo incitar ainda mais o preconceito que já existe há séculos em nossa sociedade.
Gostaria de saber o que o movimento Direitos Humanos tem a dizer e fazer em relação a esse programa. Afinal Direitos Humanos representa os direitos e liberdades de todo e qualquer ser humano.
E o Ministério Público o que fará diante de uma desumanidade como essa?
Enquanto há uma batalha grande para que a audiodescrição seja uma realidade na TV brasileira, programas como esse são veiculados sem que haja necessidade de nenhum esforço.
Esse programa, no mínimo, deveria ser proibido e a emissora severamente punida.
ref: comentário da amiga e blogueira (VERA GARCIA )www.deficienteciente.com.br
leia mais :
“Vivemos atualmente uma hiperexposição do corpo como produto, algo passível de elaboração e reconstrução, tendo como referência uma cartografia corporal com toques de sedução e negação dos traços do tempo. Sabemos que os meios de comunicação, por si sós, não determinam modelos estéticos corporais; são, porém, um poderoso braço ideológico de divulgação e convencimento dos padrões selecionados e acionados pela indústria. A produção televisiva no Brasil, reconhecidamente intensa, e uma população vulnerável e receptiva aos seus produtos, devido ao baixo nível de escolaridade e rendimento, são componentes fundamentais para a legitimação de “necessidades” e formas de satisfazê-las. A não-visibilidade das pessoas com deficiência no âmbito das relações sociais é o que determina sua ausência na mídia, posto que, na lógica da indústria cultural, não existem necessidades a elas relacionadas. Sendo assim, o silêncio sobre elas é anterior e exterior aos veículos de comunicação, e suas poucas aparições ficam restritas às campanhas publicitárias para arrecadação de recursos para as instituições filantrópicas que veiculam mensagens que as representam como vítimas ou como heróis.
A televisão, como um dos mais poderosos veículos de comunicação atualmente, forja a hegemonia de valores por meio dos programas de entretenimento, jornalismo e publicidade, tornando-os referência para milhões de consumidores. Sua mensagem, que alia discurso e imagem, combina, de forma híbrida, diversos roteiros e mensagens sobre o “ser deficiente”, mesmo sem freqüentemente mostrá-lo, veiculando estereótipos diversos a partir de matérias de suposta prestação de serviços, informações imprecisas e errôneas, personagens caricatos em que predominam os discursos beneficentes, preconceituosos e sensacionalistas. O enfoque dado pela mídia às notícias que envolvem pessoas com deficiência as coloca numa posição de vítima, com ênfase na impotência e dependência, revigorando a discriminação. A publicação Mídia e deficiência, coordenada pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) e Fundação Banco do Brasil, assinala:
Mesmo quando existe interesse e desejo de realizar uma boa cobertura, os jornalistas se deparam com a desinformação sobre aspectos educacionais, jurídicos, técnicos, médicos, éticos e políticos. [...] Não há preocupação em divulgar serviços relacionados à melhora da qualidade de vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos com deficiência. Mais de 60% das matérias analisadas só ouviram uma fonte. Na maioria delas tampouco há clareza sobre os direitos desses cidadãos. E quase sempre a entrada da questão na pauta dos meios depende de eventos organizados por entidades interessadas na causa ou da agenda de órgãos oficiais. (Vivarta, 2003, p. 35)
Além disso, não se percebe uma atitude de pressão, por parte dos meios de comunicação, para que os órgãos públicos prestem serviços a esse segmento da população, na medida em que veiculam matérias que envolvem muito mais as entidades filantrópicas e suas realizações, deixando no esquecimento os órgãos do Estado responsáveis por políticas públicas na área, a exemplo da Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) e a Secretaria de Educação Especial (SEESP), ou ainda o projeto de lei de autoria do senador Paulo Paim, que busca estabelecer mecanismos e ações legais para assegurar os plenos direitos dessas pessoas.
Freqüentemente, das pessoas com deficiência é retirada a possibilidade de constituírem-se como sujeitos, porque lhes são atribuídas qualidades especiais que tornam natural a sua condição de “pessoa deficiente” e, como tal, sem necessidades cognitivas, de interações sociais ou de aprendizagem. Esse processo de “sublimação” é responsável pelo tratamento assistencialista prestado por instituições especializadas e voluntários que impregnam suas práticas de um amor caridoso justificado por um entendimento de que essas pessoas são naturalmente boas, carentes e puras. É perceptível o sentimento de gratidão que têm essas pessoas pelos “voluntários”. Uma certa comiseração se instala nos interstícios da relação “deficiente/voluntário”, em que ambos se autocompadecem de suas condições. O “deficiente” torna-se “grato pela atenção dispensada”, expressando sua carência e levando seu “agente voluntário” a assumir-se como excepcionalmente bom, solidário e generoso. A filantropia não abarca somente os deficientes, mas os desvalidos. (…)
*LUCIENE M. DA SILVA, doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é professora da Universidade do Estado da Bahia, atuando no Curso de Graduação em Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação Educação e Contemporaneidade da mesma universidade. Publicações mais importantes: com FALSARELLA, Ana Maria. Preconceito na escola inclusiva (Presença Pedagógica, Belo Horizonte, Dimensão, v. 8, n. 46, p. 96-106, jul./ago. 2002); com OLAVO, Antonio; PEREIRA, Dirceu de Socorro; GUERRA FILHO, Sérgio. Quilombos da Bahia – Manual Pedagógico (Salvador: Portfolium, 2005); Apontamentos sobre as contradições da questão deficiência e trabalho (In: ENCONTRO MINEIRO DE PSICOLOGIA SOCIAL DA ABRAPSO, 14., 2005, Belo Horizonte. Anais… Belo Horizonte, 2005. 1 CD-ROM). Pesquisa em desenvolvimento: “Um estudo sobre o movimento em defesa dos direitos das pessoas com deficiência: a atuação para a inclusão”.
Fonte: Revista Brasileira de Educação v. 11 nº 33 set./dez. 2006.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Boa tarde,
ResponderExcluirhá um abaixo-assinado na rede para aqueles que repudiam esse programa: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N9211
Att,
Claudia Moraes
Mãe de Autista e Pres. da APADEM (Assoc. de Pais de Autistas e Deficientes Mentais)
ORDIARIOS E CAFAJESTES....ESSE PESSOAL DA MTV
ResponderExcluirLIGEIRINHO
PARABENS PELA CORAGEM...VC NÃO TEM IGUAL..
COM CERTEZA EM MINHA ORAÇÕES TODOS OS DIAS VC ESTÁ '' SEMPRE INCLUSO''
SUA FÃ ADMIRADORA
MARCIA REGINA- NITEROI -RJ
o cara vai arrumar o q fazer, tu deve estar ganhando alguma coisa da mtv para falar tanta besteira, te liga, hoje sofremos nós amanhã quem sabe
ResponderExcluirUMA DOENÇA LIMITATIVA E GERADORA DE INTENSO SOFRIMENTO COMO É O AUTISMO NÃO PODE, SEGURAMENTE, SER ALVO DE DEBOCHE
ResponderExcluirEXTREMAMENTE PRECONCEITUOSO E DISCRIMINATÓRIO, IMPORTANDO EM VERDADEIRA AFRONTA À DIGNIDADE HUMANA DOS PACIENTES DE AUTISMO. SE ALGUM DIA TIVERAM UMA IDÉIA INFELIZ, SEGURAMENTE FOI QUANDO FIZERAM ESTE VÍDEO. Como pai de um paciente de autismo, quedo-me chocado com o bárbaro espectáculo, torcendo para que seja rapidamente expurgado da mídia, com a punição
ResponderExcluirhs rocha
Os patrocinadores deste absurdo, vao sofrer as consequencias junto a este bando de imbecis, pessoas da midia que se utilizam da deficiencia dos outros para fazer humor com certeza nao podem ser "" normais"" esta midia podre e que esta levando a educacao dos nossos jovens para o esgoto. Sao muito incompetentes.
ResponderExcluirQRIDO ESPERO EM DEUS Q VC Ñ SOFRA NEHUM TIPO DE ACIDENTE Q LHE TORNE UM PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAL, ASSIM COM TB TORÇO PR Q VC Ñ TENHA FILHOS OU MESMO ALGUM PARENTE Q TENHA NECESSIDADES ESPECIAIS, PQ COM ESSA SUA MENTE PEQUENINA SERÁ DIFICIL SOBREVIVER NUM MUNDO TÃO PRECONCEITUOSO!!! POR CONTA DE PESSOAS COMO VC, Q A HUMANINADADE NÃO PODE SER CONSIDERADA RACIONAL!
ResponderExcluirPS: INCRIVEL COMO PESSOS IDIOTAS, AMAM COISAS IDIOTAS!
rosemelorocha 32 minutos atrás
@marceloadnet0 ator idiota e mediocre.pedir desculpas depois de um crime é ''burrice dupla'' vc já tem antecedentes de discriminação
ResponderExcluirABABEI DE POSTAR NO TWITTER DO ATOR MARCELO ADNET
O '' ZÉ MALA SEM ALÇA''
Quero ver senhor Marcelo Adnet e quadrilha quando seus patrocinadores como os catrões Bradesco, Embratel,Volkswagem verem este video ESDRUXULO e lembrarem que por acaso tem um filho ou parente autista .Já que não existe respeito pelos autistas e parentes, deixo a cargo do Ministerio Publico. Para sentirem a sansões da lei , e tem que ser no bolso ,mexer na sua grana, assim vcs pensem melhor em fazer algo parecido .
ResponderExcluirPassar mal!