31 de out. de 2015

ESTUDANTE DE JACAREÍ(SP) AMARRA BICICLETA EM POSTE DE ''VAGA PARA DEFICIENTE '' E IMPEDE ''ABERTURA DE PORTA DE CARRO ''

Recebemos um email de uma Professora de 46 anos, aposentada do município de Jacarei, região do vale do paraiba (SP) Ela é ‘’cadeirante ‘’ por consequência de poliomielite na infância e melhor do que escrever sobre a falta de ações do poder público ao seu questionamento sobre o que ocorreu com ela e chamar atenção mais uma vez que a cidade de Jacareí não tem absolutamente nada em beneficio aos cidadãos com algum tipo de deficiência. Fiscalização em ‘’vagas exclusivas ‘’ é uma verdadeira ‘’piada ‘’ não há ! Mapeamento de saber qual a quantidade de deficientes ? idem ! Lembrando que nesse e em outros casos é mais o lado cultural, educação ou melhor, a falta dela em alguns jovens que precisam tomar ciência que também poderão figurar em se tornar uma Pessoa com Deficiência não precisando necessariamente imaginar que isso ocorrerá apenas na velhice. Leiam e comentem se puderem . . . ------------------------------------------------------------------------------------------------------ Indignação: Essa é a palavra que talvez descreva melhor o que senti hoje ao sair de casa pela tarde. Peguei meu carro e levei minha mãe ao mercado municipal de Jacareí, estacionei na vaga destinada aos deficientes, mas não pude sair do carro, não dava para abrir a porta porque estava presa ao poste (porta do motorista) três bicicletas acorrentadas, pior que logo a cima das bicicletas estava placa avisando que aquela vaga era para deficientes físicos. Como não dava para sair do carro, deixei minha mãe ir sozinha e fiquei ali, dentro do carro, num calor absurdo da tarde de verão. Qual não foi minha surpresa que logo apareceram os donos das bicicletas, eram três jovens, não tinham nem 17 anos, estavam usando uniforme escolar de uma escola particular. Como acreditei que por eles serem jovens e estudantes havia a possibilidade de um diálogo. ( ledo engano.). Falei para eles me ajudarem, que eles representavam o futuro da nação e que, por favor, dessem bons exemplos não prejudicando os deficientes, amarrando bicicletas ao lado da porta do carro numa vaga como aquela.
Para minha surpresa e grande decepção, um deles (um garoto muito bem arrumado, loiro...) da qual jamais vou esquecer sua feição, me disse: Mas desde quando DEFICIENTE dirige carro? Meu coração parecia que havia parado para logo em seguida disparar, respirei fundo e tentei ainda dialogar... Deficiente é capaz de fazer muitas coisas, eu mesma sou professora... (antes de terminar o que ia falar ele completou...). Mas deficiente dá aula? E riu... Sim ! Deficiente dá aula e vou até sua escola dar uma palestra falando sobre o que nós podemos fazer. Que bom saber, nesse dia não vou à escola... (e riu...) Que ano você faz? Perguntei... Primeiro ano (colegial)... e impaciente porque os amigos não tiravam a bicicleta logo, tomou as chaves na mão e tirou as bicicletas, brigando com eles. Um dos amigos disse que não estava conseguindo tirar a bicicleta porque estava muito nervoso e que não havia notado que aquela vaga era para deficiente. Eu ainda tentei acalma-lo vendo que realmente estava nervoso e lhe disse que até entendo a distração... Mas o olhar do’’ loirinho’’ foi que mais me marcou, uma frieza de cortar a alma, me olhava com tanta calma que só faltou me falar que a errada ali era eu, que eu não deveria ou não tinha direito de está ali. Quando o’’ loirinho’’ soltou as bicicletas olhou com ironia para mim e disse: Pronto... agora se quiser sair....saia..........e foi embora rindo. Fiquei de longe vendo aquilo, sim... aquilo porque não posso chamar aqueles jovens de pessoas, eram monstros, pessoas que não tinham qualquer tipo de sentimento, pessoas que no futuro matam pai, mãe, crianças. Fico imaginando aquele loirinho mais tarde, no futuro, que cargo ele vai assumir? Que profissional ele vai ser? O que ele vai fazer quando deparar com alguém menos favorecido na sua frente? Tive calafrios só de imaginar e muito medo de que um dia, meu filho, hoje com nove anos possa vir a encontrar esse ser no futuro. Fiquei muito deprimida sim, acabou com minha tarde, mas não porque ele me falou tudo aquilo, no decorrer da minha vida (hoje tenho 46 anos) já escutou coisas muito piores, mas eu fiquei arrasada porque esse é o futuro da humanidade, muitos são iguais a ele... muitos tem esse sentimento dentro do peito e são eles que vão governar o mundo. Estou muito revoltada, mas de uma coisa eu sei... não vou esquecer daquele rosto, daquele olhar e vou encontra-lo novamente, preciso encontra-lo, preciso mostrar para ele o quanto esta errado, preciso parar aquela máquina do mau. Precisamos passar para nossos filhos, para todas as crianças que o mundo só tem algum futuro se você tiver amor ao próximo, se você ajudar as pessoas e principalmente, respeitar as diferenças e limitações do outro, eu quero ainda acreditar que vamos conseguir vencer a maldade humana. Maria Cecília 30/10/2015 Jacareí (Spp.)

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