ATRIZ BRUNA LINZMEYER VIVE DENSIDADE DA AUTISTA LINDA NA NOVELA ''AMOR Á VIDA ''

SÃO PAULO - No ar como Linda, uma moça autista de 'Amor à Vida', Bruna Linzmeyer tem chamado atenção por conta de sua interpretação tão real. Para isso, a bela se preparou bastante e se aprofundou no tema: 'Fiquei nove meses na preparação dessa personagem, foi maravilhoso ter esse tempo', contou ela em entrevista ao Famosidades. Muito elogiada por seus traços encantadores, a atriz garantiu não se calcar na aparência para construir sua trajetória profissional. Sensata, Bruna assegurou: 'A beleza um dia acaba'. Durante o papo, a bela ainda comentou a respeito do fato de novamente trabalhar em uma trama de Walcyr Carrasco, falou dos papéis que tem vontade de interpretar no futuro e revelou o que costuma fazer para relaxar. Confira tudo nas páginas a seguir! FAMOSIDADES - Como está sendo a experiência de interpretar a autista Linda, em “Amor à Vida”? BRUNA LINZMEYER - Intenso. A Linda é uma mulher autista com asperger, que é a síndrome mais leve dentro do autismo. Porém, ela tem muitas dificuldades e limitações, porque isso não foi muito trabalhado durante a infância e adolescência dela. Quais são os maiores conflitos da personagem? São aqueles que a própria deficiência traz: limitações sociais, culturais e familiares. De que maneira se preparou para compor esse novo trabalho? Fiquei nove meses na preparação dessa personagem, foi maravilhoso ter esse tempo. Visitei instituições, fiquei com autistas, estive com profissionais, conversei durante algumas semanas com pais em Florianópolis e Rio de Janeiro. Também tive o processo de ler livros, ver filmes e entrevistas, assisti palestras virtuais. Sou organizada e anotava cada detalhe sobre os olhos, mãos, dedos... Fui dissecando para saber quais características seriam da personagem. Cada ser humano difere do outro. Juntei toda essa pesquisa e coloquei numa sala de ensaio junto com o preparador de elenco Sergio Penna. E isso foi se transformando na Linda. Nessa intensa preparação, você como atriz se emocionou muito? Profundamente! Uma das coisas mais verdadeiras que já vivi. Foi muito forte a experiência e o amor. Quão verdadeiros eles são! A gente descobre que, no fundo, ninguém é tão diferente assim. Todos nós temos dificuldades, limitações e medos. O pré-conceito e a falta de conhecimento das pessoas ainda é muito forte? Com certeza. Existe um pré-conceito muito grande da sociedade em relação a qualquer deficiência, tudo que é diferente. É um tema que não é muito abordado em novelas... Sim, é um tema pouco vivido também. São poucos que conhecem um autista, a inclusão social é pequena. É importante falar sobre isso para que haja conhecimento e para que o pré-conceito não venha através do desconhecimento. Que as pessoas possam tratar desse assunto de forma cuidadosa e direta. Como é a percepção da Linda para com o mundo? Ela é muito consciente da condição dela e o que acontece em sua volta. Depois do autismo, a maior característica dela é a consciência. Vale tudo na hora de compor um novo perfil? Até mudar o visual e se despir da vaidade em prol de um personagem? Completamente! Tudo o que eu sempre quis era ter isso em minha alma, me entregar a uma personagem como essa, dou tudo pela Linda! O que o autor e o diretor quiserem, farei por ela. Como está sendo trabalhar pela segunda vez com Walcyr Carrasco (a atriz já atuou em 'Gabriela', adaptada pelo autor em 2012)? Adoro o trabalho dele! Eu o acho sensível e engraçado. O livro que ele lançou recentemente, “Juntos para Sempre”, é muito bom também. Você grava muitas cenas dramáticas, nas quais precisa se concentrar ao máximo. Quando não está no set, o que costuma fazer para relaxar? Muita coisa. Desde ir ao cinema a dar um mergulho no mar, voltar à minha cidade natal, que tem cachoeiras e cavernas, estar com os meus pais, brincar com meus cachorros... Fazer as coisas mais simples. O amor pode superar todas as limitações nos relacionamentos? O amor é algo maior que a violência, a corrupção... ele é presente. Quando se ama ou é amado, sentimos a potência desse sentimento. Você tem traços delicados e olhos azuis que chamam atenção. A beleza física ajuda ou atrapalha a sua profissão? Depende do momento, circunstância e da situação. Pode atrapalhar ou não. Precisa saber quem está te observando e o que querem. Mas a beleza um dia acaba. De que forma a moda influencia o seu comportamento e qual importância desse universo no seu oficio? Adoro a moda. É uma arte tão valorosa como qualquer outra. Um cara que desenha uma jaqueta, como essa que estou usando, uma das minhas preferidas, merece a minha reverência! São muitos detalhes que nem imaginamos. A pessoa conseguir transformar isso em realidade é incrível. Você tem uma curiosidade para contar, algo inusitado do seu cotidiano? A-d-o-r-o andar de chinelo (risos)! Há um perfil que você adoraria interpretar e ainda não teve a oportunidade? Tudo o que eu ainda não fiz, que seja tão desafiador, que me transforme em outra pessoa. O que mudou em você nesse trabalho atual? 'Amor à Vida despertou na Bruna um novo olhar sobre o autismo? Tudo mudou em mim. Fiquei sensibilizada com a vida, as experiências e as histórias que ouvi. FONTE : Por MICHELE MARREIRA /FAMOSIDADES