Em 2005, Rodrigo Lombardi, 34 anos, estava quase desistindo da TV. Depois de ser garçom, agente de viagens, ter ganhado dinheiro jogando vôlei e ter feito 50 e poucos testes, ele, enfim, conquistou seu primeiro papel na Globo. Não era o protagonista, nem o vilão. Mas um mágico, dono de um turbante, que parece ter dado sorte ao ator. Depois desse trabalho inicial, o ator, formado pela escola de teatro Tablado, até engatou outras interpretações no canal, passou por Pé na Jaca (2006) e Desejo Proibido (2007). Mas foi em Caminho das Índias (2009), outra vez com um turbante, que Rodrigo se destacou. Nesse caso, inclusive, ganhou o rótulo de galã. Seguido do sucesso de Glória Perez, apareceu num papel morno, beirando a chatice, em Passione (2010), folhetim de Silvio de Abreu. Será que foi a ausência do turbante?
O fato é que, agora, em 12 de julho, ele estreará no remake de O Astro, uma produção da Globo em homenagem aos 60 anos da dramaturgia – comemorados somente em 21 de dezembro – com um figurino de mágico, os olhos pintados de preto e seu amuleto da sorte: o famoso turbante. Ou seja, grandes chances de Rodrigo Lombardi fazer sucesso. “Tenho certeza de que só me chamaram porque a produção já tinha o tamanho da minha cabeça. Eles pensaram: “Vamos chamar o Lombardi, ele já usou isso aqui, mesmo”. Apesar do tom de brincadeira usado pelo ator, o novelista Alcides Nogueira diz que desde o início do projeto o nome de Lombardi era o definitivo. “Foi de comum acordo de toda a produção. Nem pensamos em outros atores”, diz Alcides ao JT.
Queridinho na Globo
Diante desse atestado de confiança, a responsabilidade de Lombardi, claro, foi além de fazer números ilusionistas, caras e bocas de astro. No remake, ele é o protagonista e ocupa o lugar que na novela de Janete Clair, em 1977, foi de Francisco Cuoco. O veterano, que hoje diz não assistir novelas e outras produções televisivas, também aprovou a escolha do artista. “Ele é um cara com noção de teatro (foi em 2004, no espetáculo Mandrágora que um produtor da Globo encontrou Lombardi). Ele, o Lázaro (Ramos) e a Camila (Pitanga) são uns dos melhores dessa geração.” Ainda assim, Cuoco não interferiu na escolha de seu sucessor em O Astro. “Eu só fui convidado para estar no remake. Tenho deixado o Rodrigo livre para interpretar. Não estou fazendo o chato”, diz.
Lombardi confirma. “Ele tem sido um gentleman comigo. Eu que gosto de saber das histórias antigas”, conta. E o que não faltou foram oportunidades para Lombardi escutar os causos de Cuoco. Em maio, os dois passaram 12 dias juntos em Curitiba, contracenando no presídio de Ahú. Na trama, Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) é preso e na cadeia conhece Ferragus (Francisco Cuoco), que o ensina tudo sobre ilusionismo.
Laboratório ilusionista
Essa parte das mágicas, porém, não foi um problema para Lombardi. Em 2005, quando vestiu seu primeiro turbante em Bang-Bang, ele já havia aprendido alguns truques básicos. Foi nessa época, inclusive, que pegou gosto pela metamorfose suspensa – número em que um homem e uma mulher trocam de lugar dentro de uma caixa. Com o conhecimento prévio do assunto, a única exigência que o ator fez à Globo foi poder ter outra vez os mágicos Mário Kamia e Léo Otsuka como preparadores de elenco – os mesmos de 2005. Pedido feito e realizado. “Eles são muito bons. Se fico com alguma dúvida, por vezes, consultamos a internet.” Lombardi está quase em nível profissional. Hoje, aliás, já estende o treino em casa. Para o filho Rafael, de 3 anos, o ator faz algumas traquinagens com cartas. “Depois ele chega na escola e fica contando para os colegas”, conta o ator.
Conversando, realmente, Lombardi parece relaxado. No set, a mesma coisa. “Na gravação sempre estamos rindo de alguma coisa”, conta. Mas quando a macrossérie entrar no ar, ele está preparado para dias mais difíceis e possíveis críticas. “Eu sei que não vou conseguir agradar a todos. Afinal, nem todo mundo me agrada”, diz. E completa: “TV tem mais de 150 canais justamente para isso. Não gostou, então, muda de canal”. Mas se depender do turbante, o sucesso do ator está praticamente garantido
FONTE : ALINE NUNES
JORNAL DA TARDE
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